quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O adeus da Lagarta

Bonjour Mr. Price!
Venho lhe contar a boa nova,
sim, é boa e é nova.
Lembra-se daquele bichinho que
a muito tempo vivera em mim?
Pois é, hoje pela manhã ele me deixou.

Resolveu por si só que era hora,
que já dera seu tempo de estadia.
Saiu assim, pulou pela boca
E saiu a voar com suas novas
e delicadas asas.
Cansou-se da simplicidade e tornou-se belo,
mais belo do que o Leão que nos visitou
naquela outra ocasião.

Sabe como é, cansou da rotina.
Adormeceu no seu casulo e,
quando já dava óbito,
ela acordou, se espreguiçou e voou.
Nem ao menos me deu adeus.

Confesso que ando sentindo sua falta,
que nada foi o mesmo sem suas manias,
sem o café preto que esquentava bem o meio do meu peito.
Sem o doce de todas as tardes, o qual não abria mão
e que me adoçava o coração.

Sei que jamais esquecerei da triste lagarta que vivera aqui.
Ela foi porque não precisava mais de mim
Me deixou sozinha.
Abriu espaço, deixou o quarto vago
pra talvez um passarinho.

Acho que no fundo,
ela sentiu que nossa parceria
acabou ali,
e foi ser o vazio no peito de outro alguém.

Sabe, Mr. Price,
por mais que venham novos germenzinhos
sempre saberei que foi aquela lagarta,
a que cansou da rotina,
que suportou minha morte
sozinha, nos bracinhos frágeis e que
só ela soube a hora certa de ir embora.

Au Revoir, Mr. Price!

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