domingo, 19 de março de 2017

Precisamos falar sobre liberdade

Outro dia minha mãe disse que quem ama não desiste até conseguir ficar com a pessoa.
Será?
Precisamos desfazer essa cultura de que quem ama tem que correr atrás até conseguir, porque vocês percebem o quanto isso é doentio e o que isso pode causar?
Ok, é uma bela frase, pena que o ser humano não tem maturidade para entendê-la e compreender até que nível ela é saudável.
Até aqui você deve estar me achando uma babaca nada romântica, mas você vai me entender.
Acontece que as pessoas acreditam que precisam insistir em amores que não valem a pena, que podem te dar até 10% de alegria, mas também dá 90% de infelicidade. Podemos perceber também que as pessoas se esquecem que elas estão correndo atrás, muitas vezes se humilhando, por uma pessoa que simplesmente não quer mais, ou seja, você se machuca por nada e ainda consegue cada vez mais o desprezo da pessoa que você ama, porque qualquer um pega nojo de alguém que só enche o saco.
Eu não estou dizendo que correr atrás não seja importante, porque é, mas é preciso analisar sua situação e pensar racionalmente se vale a pena.
Como identificar se vale a pena?
Veja se a pessoa ainda te ama, saiba distinguir amor de jogo para alimentar ego, mas, principalmente, entenda que o outro tem o direito de não gostar mais, de não querer mais.
Términos acontecem á todo instante pelo mundo, e ouso dizer que com a maioria esmagadora das pessoas, porque a vida é assim, e términos são naturais, o que não é natural é uma pessoal achar que a outra deve ficar com ela só porque ela quer.
Então não se prenda em quem não te quer mais, não corra TAAANTO, porque quando você perceber, vai se dar conta de tudo que podia ter feito nesse tempo, e aí a placa de trouxa vai estar pendurada no teu pescoço. E antes que você me chame de vadia cruel, saiba que da placa de trouxa eu já sou íntima.
Deixe sempre seus sentimentos bem claros para a pessoa que você ama, peça para que a outra pessoa também deixe, seja a pessoa que gostaria que o outro fosse dentro do relacionamento, mas jamais esqueça que ninguém é obrigado a continuar.
"Ah Amanda, mas se tu insiste, o amor sempre vence."
Ok, você que encheu o saco de alguém para ficar com você acha que a pessoa simplesmente acordou um dia e pensou "puts, é verdade, amo fulaninho, vou voltar!"? Não, a pessoa só cedeu á sua pressão por não saber como lidar ou até mesmo, infelizmente, por pena. É esse relacionamento que você quer? Tem certeza?
Sinceramente, antes que você pense que eu não intendo porque nunca passei/passo, saiba que eu também não estou com a pessoa que eu amo, não porque não corri atrás, mas porque usei todos os recursos saudáveis e agora sei que não posso obrigar ninguém a ficar comigo. O outro também é gente e precisa ter sua vontade respeitada, ninguém merece estar com alguém obrigado, se for ficar, fique por amor e nada mais. Não imponha só a sua vontade, deixe que o outro tome suas decisões sozinho, não há prova de amor maior.
Quem sabe não trocamos a frase de início por "quem ama deixa claro e torce pra ser recíproco"? Dê espaço para que o outro se sinta livre para ir, se desejar, mas que saiba que se quiser, pode ficar. Amar tem a ver com querer o bem do outro, e pra isso você tem que deixar o outro ter sua autonomia para decidir até que ponto basta.
(Vou repetir sim) Exponha seus sentimentos, exponha muito, mas entenda que casa um deve decidir sozinho se vai ou se fica.
É por você e pelo outro: NÃO OBRIGUE NINGUÉM A FICAR COM VOCÊ.
Para terminar, vou contar algo que aconteceu comigo.
Certa vez eu entrei numa loja (que eu já mais diria aqui que é a Gang) e a vendedora me pressionou tanto para comprar uma blusa que eu nem tinha gostado que eu comprei só pra me ver livre dela, gastei R$99 (nunca vou me esquecer) por causa da pressão dela, e não só nunca mais voltei na loja, como passei a não recomendá-la aos meus amigos, e ainda acabei dando a blusa pra minha irmã, já que caiu muito melhor nela do que em mim.
Então cuidado, a pessoa que você ama pode ser eu, a vendedora pode ser você e a blusa, que apesar de linda não serviu pra mim, pode ser seu relacionamento.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Produto da retrospectiva mental de como tudo deu errado

Todo mundo sabe que todos os blogs que eu fiz foram ruins foram feitos para falar de sentimentos em geral, desde 'Mandy em Lugar Nenhum' com sentimentos de uma garota invisível de 15 anos (o que, na verdade, fez mais sucesso sendo acessado em vários países), até o 'Cereja Lisérgica' que acompanhou aquela parte da minha adolescência onde a gente sempre acha que é adulto mas não é, e agora o 'Vermelho-Cereja' que nada mais é que o lugar onde eu tento ser a mesma desde o primeiro blog, sem sucesso graças a fatores óbvios. A proposta dos blogs, no entanto, sempre foram de fornecer textos simples como conversas informais sobre tudo e qualquer coisa (claro que houve tentativas de poeminhas que ficaram péssimos como tudo que eu faço), e de fato escrever aqui fazia eu ter a sensação de ter tido uma longa e esclarecedora conversa com alguém (obrigada por isso).
Mas é claro, a proposta do blog já era nítida pros que acompanharam desde o começo (obrigada aos que ficaram desde os 15 aos 22 comigo), então você deve estar se perguntando o porque de eu tocar nesse assunto, e eu respondo.
Simples! Eu posso escrever daqui e você ler daí, mas a verdade é que você terminou de ler com aquele sentimento que eu chamo de "pois é", e eu terminei de escrever aqui com o mesmo sentimento de que nada no mundo mudou. Isso porque não importa o que eu viva ou que vocês lêem sobre a minha vida, nada nunca vai importar, nada sobre mim ou sobre você dirá respeito á qualquer pessoa, ao mesmo tempo que qualquer pessoa pode interpretar qualquer coisa do que você deixa transparecer.
Este texto começou a ser escrito na minha cabeça porque quando você escreve 'Cereja Lisérgica' no Google aparece praticamente só texto meu, e relendo alguns eu percebi que eu planejava uma coisa pra minha vida, e de certa forma, enquanto eu recitava minhas expectativas pra vocês, os leitores fieis torceram pra tudo isso realmente dar certo, mas a verdade é que nada do que você planeja no auge dos seus 15 anos, na sua era mais imatura, vai realmente acontecer. Então se você tem 15 anos (o que eu acho difícil), presta a atenção nas minhas expectativas que não deram certo porque podem ser as suas também.

1. Não, eu nunca vou escrever um livro porque eu não sei escrever.
2. Não, nem eu e nem ninguém nunca será inteiramente feliz com seu trabalho porque sempre haverá algo que não iremos gostar.
3. E definitivamente não tente nunca relaxar pensando que "aconteça o que acontecer, tudo dará certo no final", se você não se esforçar, não dará certo não.
4. E por fim, mas não menos importante, não haverá um John Bender levantando o braço em comemoração ao som de "Don't You" como no fim de The Breakfast Club só por ter te beijado, até porque, infelizmente, nunca seremos a "princesa", como a Clair.

É óbvio que haverão coisas na sua vida que te farão realizada e feliz, mas o que quero dizer é que os planos mudam, e ninguém nunca vai se importar com isso, a não ser - claro, e ironicamente - seus pais. E talvez você mesma não se dê conta de tudo que fez, e de tudo que abriu mão.
Também precisamos falar sobre as pessoas que no meio do caminho irão te interpretar mal, falar mal de você, pensar mal de você ou simplesmente não vão concordar com você. Aquela historinha de "não dá bola pra elas", "tudo inveja", "eles nem te conhecem" é a mais pura verdade. Não dá atenção a essas pessoas porque sempre haverá alguém que não vai gostar de você, e sabe o que elas mudam na tua vida de fato? Nada, porque você pode ser a melhor pessoa do mundo, mas se fulaninho resolveu te odiar, ele vai, e você não poderá mudar isso.

Aproveitando que citei The Breakfast Club que, por sinal é um dos meus filmes favoritos justamente por quebrar paradigmas sociais, como o valentão que fica com a patricinha, ou o esportista que se apaixona pela esquisitona antes mesmo de ocorrer aquela transformação de visual que sempre acontece, e até mesmo pelo nerd não ser representado como esquisito ou nojentão, encerro este texto com a redação do filme.

"Caro Sr. Vernon, aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção pelo que fizemos de errado... o que fizemos foi errado, mas acho que você está louco por nos fazer escrever este texto dizendo-lhe o que pensamos de nós mesmos. Que te importa? Você nos enxerga como você deseja nos enxergar... Em termos mais simples e definições mais convenientes. Você nos enxerga como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. Correto? Essa é a maneira que nós nos víamos, ás sete horas desta manhã. Passamos por uma lavagem cerebral.
O Clube dos Cinco"