terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Produto da retrospectiva mental de como tudo deu errado

Todo mundo sabe que todos os blogs que eu fiz foram ruins foram feitos para falar de sentimentos em geral, desde 'Mandy em Lugar Nenhum' com sentimentos de uma garota invisível de 15 anos (o que, na verdade, fez mais sucesso sendo acessado em vários países), até o 'Cereja Lisérgica' que acompanhou aquela parte da minha adolescência onde a gente sempre acha que é adulto mas não é, e agora o 'Vermelho-Cereja' que nada mais é que o lugar onde eu tento ser a mesma desde o primeiro blog, sem sucesso graças a fatores óbvios. A proposta dos blogs, no entanto, sempre foram de fornecer textos simples como conversas informais sobre tudo e qualquer coisa (claro que houve tentativas de poeminhas que ficaram péssimos como tudo que eu faço), e de fato escrever aqui fazia eu ter a sensação de ter tido uma longa e esclarecedora conversa com alguém (obrigada por isso).
Mas é claro, a proposta do blog já era nítida pros que acompanharam desde o começo (obrigada aos que ficaram desde os 15 aos 22 comigo), então você deve estar se perguntando o porque de eu tocar nesse assunto, e eu respondo.
Simples! Eu posso escrever daqui e você ler daí, mas a verdade é que você terminou de ler com aquele sentimento que eu chamo de "pois é", e eu terminei de escrever aqui com o mesmo sentimento de que nada no mundo mudou. Isso porque não importa o que eu viva ou que vocês lêem sobre a minha vida, nada nunca vai importar, nada sobre mim ou sobre você dirá respeito á qualquer pessoa, ao mesmo tempo que qualquer pessoa pode interpretar qualquer coisa do que você deixa transparecer.
Este texto começou a ser escrito na minha cabeça porque quando você escreve 'Cereja Lisérgica' no Google aparece praticamente só texto meu, e relendo alguns eu percebi que eu planejava uma coisa pra minha vida, e de certa forma, enquanto eu recitava minhas expectativas pra vocês, os leitores fieis torceram pra tudo isso realmente dar certo, mas a verdade é que nada do que você planeja no auge dos seus 15 anos, na sua era mais imatura, vai realmente acontecer. Então se você tem 15 anos (o que eu acho difícil), presta a atenção nas minhas expectativas que não deram certo porque podem ser as suas também.

1. Não, eu nunca vou escrever um livro porque eu não sei escrever.
2. Não, nem eu e nem ninguém nunca será inteiramente feliz com seu trabalho porque sempre haverá algo que não iremos gostar.
3. E definitivamente não tente nunca relaxar pensando que "aconteça o que acontecer, tudo dará certo no final", se você não se esforçar, não dará certo não.
4. E por fim, mas não menos importante, não haverá um John Bender levantando o braço em comemoração ao som de "Don't You" como no fim de The Breakfast Club só por ter te beijado, até porque, infelizmente, nunca seremos a "princesa", como a Clair.

É óbvio que haverão coisas na sua vida que te farão realizada e feliz, mas o que quero dizer é que os planos mudam, e ninguém nunca vai se importar com isso, a não ser - claro, e ironicamente - seus pais. E talvez você mesma não se dê conta de tudo que fez, e de tudo que abriu mão.
Também precisamos falar sobre as pessoas que no meio do caminho irão te interpretar mal, falar mal de você, pensar mal de você ou simplesmente não vão concordar com você. Aquela historinha de "não dá bola pra elas", "tudo inveja", "eles nem te conhecem" é a mais pura verdade. Não dá atenção a essas pessoas porque sempre haverá alguém que não vai gostar de você, e sabe o que elas mudam na tua vida de fato? Nada, porque você pode ser a melhor pessoa do mundo, mas se fulaninho resolveu te odiar, ele vai, e você não poderá mudar isso.

Aproveitando que citei The Breakfast Club que, por sinal é um dos meus filmes favoritos justamente por quebrar paradigmas sociais, como o valentão que fica com a patricinha, ou o esportista que se apaixona pela esquisitona antes mesmo de ocorrer aquela transformação de visual que sempre acontece, e até mesmo pelo nerd não ser representado como esquisito ou nojentão, encerro este texto com a redação do filme.

"Caro Sr. Vernon, aceitamos o fato de que nós tivemos que sacrificar um sábado inteiro na detenção pelo que fizemos de errado... o que fizemos foi errado, mas acho que você está louco por nos fazer escrever este texto dizendo-lhe o que pensamos de nós mesmos. Que te importa? Você nos enxerga como você deseja nos enxergar... Em termos mais simples e definições mais convenientes. Você nos enxerga como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. Correto? Essa é a maneira que nós nos víamos, ás sete horas desta manhã. Passamos por uma lavagem cerebral.
O Clube dos Cinco"

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