quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Saudades

       As vezes paro e penso, e vejo, e sinto que aquele vazio só aumenta conforme o tempo passa, e que o tempo só passa quando há necessidade de mudança.
       Eu, particularmente, sinto falta das noites de sexta-feira.
       Do interfone tocando e a gente se revesando, eu pegando os pratos e os copos, ele descendo pra buscar a pizza e a Sol observando a movimentação. O som da porta fechando, o filme rodando, a caixa da pizza rasgando. A história seguindo, teu beijo, tuas mãos abrindo o caminho. Teu silêncio impregnando, minha boca se abrindo pra gritar o quanto é bom te amar, a luz da lua na janela, entrando pra espiar, o Projota começa a tocar.
      Sinto falta da tua luz me iluminando de levinho no domingo de manhã, e da graça que só tinha se eu acordasse pra te amar. Sinto falta do café da manhã reforçado e de como nem conseguíamos terminar de tomá-lo sem voltar pra cama mais um pouco. Fechar as janelas e correr para acender as luzes da casa pra te ver melhor, pra te sentir melhor, pra te ter deitado no meu peito e ficar brincando com os teus cabelos enquanto rio por nada.
      Meu corpo era mar, e tu mergulhava mesmo sem saber nadar, e não tinha medo, até minha onda um dia te afogar.
      Meu bem, se arrependimento matasse, que Deus tivesse piedade de mim, por desperdiçar o anjo mais iluminado e bondoso que ele podia me dar.

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